quinta-feira, 8 de outubro de 2009

SIMPLES


Hoje deu vontade de falar sobre eu mesmo, mas calma, não um exercício de egocentrismo. Queria falar da minha história, da minha vida, de um jeito simples.
Do moleque que ia mal pra caramba na escola pro cara que tenta e cada dia aprende mais sobre essa arte que todo mundo chama de viver.
Do cara que sentiu uma dor quando meu vô Alcide (nosso "Vô Preto") se foi, porque parece que meu horário de almoço não tinha mais graça já que ele não ia ver seu "preto" passar, nem que fosse pra falar um oi. Acho que eu tô dizendo isso, e tudo mais, porque queria me sentir humano, como quem erra, como qualquer um. Não sei me permitir a isso, mas eu preciso. Pra lembrar de quão simples, como receber o abraço do meu vô quando eu apontava na esquina da casa dele.
Tão simples, como minha avó, que mal ouvia o som do meu carro chegando pra almoçar em casa, e lá vinha ela, com sua bengalinha, seus cabelinhos brancos, tão bonitos, e ficava do meu lado pedindo um abraço.
Como eu gosto disso. E como a gente precisa disso nao é? Simples.
Simples como acordar durante anos às sete da manhã, e ir pro trabalho. Não comecei com vitórias, nao tenho vergonha de dizer, comecei com caixas e caixas de xerox na minha frente, cedo, novinho, com 13 anos. Lembro-me às vezes que era tão difícil carregá-las, algumas mais pesadas do que eu. Mas no fim do dia, chegava em casa, e lá ia eu me divertir com meu irmão, o do meio, meu companheiro. Hoje eu olho minha foto. Eu numa motoquinha, pequeno, ele todo de sardas, rindo, e me abraçando. Ah ! Meu pai. Como isso faz falta. Tão simples.
Tão simples como quando eu abracei meu irmão caçula, tão pequeno, tão especial. Cada fralda que eu trocava, encostava ele contra o meu peito, e sentia algo tão...tão simples.
O fato de amar e ser amado. De viver e ter vivido. A vida nos faz isso.
Sei que muitos passam, muitos deixam, alguns nos magoam, muitos eu magoei. Errei, confesso sem medo, e erro até agora, enquanto escrevo. Mas sou humano, e sou pequeno diante de tanta imensidão, que muitas vezes nem consigo entender. Sou assim.
Se pudesse abraçaria cada um que perto de mim passou ou ficou, erraria menos, acertaria mais, talvez conseguisse me mostrar mais. Mas hoje tento me mostrar um pouco aqui.
Simples?
Sim, sim e sim.
Minhas desculpas, meus adeuses, meus abraços, minhas lágrimas , minha necessidade de compreensão, o saber perdoar, o saber falar na hora certa. Fica aqui o que muitas vezes pra alguém eu esqueci. Algo tão simples e tão importante.
E vamos pra frente, porque quem fica parado é poste.
Meu muito obrigado a tudo e a todos. Acho que assim, eu posso me sentir mais
simples.

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